É fato que a população de gatos domésticos é crescente no Brasil. Frente a isso muitas pessoas estão se encantando pelos felinos e optando pela adoção de um.
Mas, quando procuramos informações a respeito de raças de gatos, normalmente encontramos detalhes de suas características físicas como comprimento e cor da pelagem, cor dos olhos, adaptação a residências e convivência com crianças. Pouca atenção é dada sobre o perfil comportamental do gato adulto. A idéia em geral que se tem é a de que “gato é gato” e não existem grandes diferenças entre as raças e, de fato parte disso é verdade pois são poucos os trabalhos a respeito disso. Um amável filhote pode desenvolver características quando adulto que pode tornar a convivência impossível,e o nosso objetivo é de que quando adotado, um gatinho seja seu companheiro pelos próximos 15 ou ate 20 anos!
Por isso, vamos falar sobre algumas características comportamentais das raças para que possamos prever, em certa medida, o comportamento futuro.
Ao se pesquisar as raças de gatos, foram analisados os critérios desejáveis a convivência com as pessoas como por exemplo: nível de afeto com pessoas e convivência com outros animais, ser amigável a pessoas estranhas, atividade e brincadeiras, vocalização, uso da caixa de areia, destruição de móveis e atos de predação (caça de animais).
Até há pouco tempo, apenas um estudo comparou o comportamento entre as raças e sabemos que o processo de criação dos filhotes tem grande influencia nisso. Pode parecer que animais de raças puras são mais dóceis e afetuosos, no entanto isso pode ser apenas uma conseqüência da precoce manipulação dos gatinhos em criadouros. O que pode não acontecer em animais resgatados.
Se formos analisar a domesticação (ainda em andamento) dos gatos, percebemos que não houve uma ativa seleção no comportamento dessa espécie. No inicio da domesticação, os gatos mais tolerantes ao convívio humano e os menos assustados é que foram os primeiros a serem domesticados e o mesmo pode estar acontecendo nos dias de hoje, onde mesmo um gato resgatado de rua, e sem histórico, já tem em sua genética um comportamento mais afetuoso e tolerante ao contato humano.
O que temos de concreto em estudo de comportamento felino incluem as raças mais comuns como os persas, siameses, doméstico pêlo curto (DPC) e doméstico de pêlo longo (DPL). Para entenderem melhor o que eu falo o DPC é o conhecido “vira latinhas” e o DPL o que se chamam de “mestiço angorá”. Além disso, esse estudo foi baseado na observação subjetiva dos proprietários, e médicos veterinários, de gatos em relação a personalidade deles.
Embora o comportamento dos gatos de raça pura terem sido mais previsíveis, foram encontradas poucas diferenças entre estes e os mestiços sem raça definida.
Vale ressaltar que a experiência precoce ambiental e atual de um gato são fatores comportamentais determinantes, juntamente com as influencias geneticas que não existe nenhuma autoridade que conheça completamente todas as raças, e vamos basear esse post no último estudo publicado por Hart e Hart no livro intitulado Your ideal cat de 2013.
Persa
Acredita-se que o persa é a raça de gato mais antiga e este foi o que, sem duvida sofreu maior seleção para sua face e focinho distinto e característico. Apesar da antiga origem persa da raça, os gatos persas modernos perderam sua ligação genética a região de origem e são atualmente a raça mais popular. São gatos calmos e silenciosos, os “mestres da traquilidade”. Também apresentam baixa atividade física e consequentemente não tendem a ser caçadores. Além disso, essa baixa atividade pode se estender ao uso da caixa de areia, portanto é interessante ter uma, ou mais de uma, caixa de areia acessível.
É uma raça amigável com a família mas independente, ou seja: não é um gato que fica muito no colo. Em termos de aceitação a outros gatos estão em um meio termo o que pode levá-los a demarcação urinaria caso não aceite um novo animal. Não é uma raça que tolera bem pessoas estranhas. É um bom candidato a ser o único gato da família. Demanda cuidados com a pelagem, portanto devem ser frequentemente escovados, ou tosados, e em alguns casos até mesmo tomarem banho para evitar a formação de nós. A alimentação também deve ser adequada para diminuir as quedas de pêlos e prevenir a formação de bolas no estomago levando a problemas digestivos.
A seleção genética expôs a raça a problemas médicos como doença dos rins policísticos e cardiomiopatia hipertrófica. Antes de adquirir um gato persa, o DNA dos pais deve ser testado.
Siamês
Maine Coon
É um candidato a ser o gato de pessoas que gostam de animais grandes.
A fêmea chega a pesar em media 7 kg enquanto o macho pode chegar a 11 kg. São de fato os maiores gatos de raça pura. A raça foi reconhecida em 1999 e seu tamanho os fez a segunda maior raça criada nos Estados Unidos. São animais de pêlos longos com seus característicos tufos nas patas e orelhas que os fizeram bem adaptados ao frio. Apresentam predileção por água e podem até escavar suas vasilhas. São animais bastante amigáveis com a família e pessoas estranhas e não tende a ser agressivo com pessoas e outros gatos.
Apesar do tamanho tem um miado que mais parece o piar de um passarinho e é uma das raças mais silenciosas. São animais carinhosos, de atividade física baixa, não costumam dar problemas para usar a caixa de areia e arranhar moveis. Não exige cuidados específicos com a pelagem e somente a escovação frequente é o suficiente. Seu grande tamanho o pré-dispôs a problemas de displasia, afecção pouco referida em gatos. Vivem em media de 15 a 20 anos e são propensos a cardiopatia hipertrófica. Portanto antes de adquirir um Maine Coon deve-se certificar que os pais não possuam esses genes.
Doméstico de pelo curto: “Vira latas”
Fonte: Geração Pet