Neurologia

Neurologia canina e felina, é um assunto que pode parecer complexo, mas hoje iremos te contar um pouco mais dessa área da veterinária.

Quem é amante de pets e bem interessado em tudo relacionado ao seu amiguinho de quatro patas, fique conosco que hoje iremos abordar uma parte essencial do seu pet: o sistema nervoso ! 

Prepare-se para mergulhar conosco nesse incrível mundo das conexões nervosas, comportamentos intrigantes e tudo o que envolve a saúde cerebral dos nossos amigos!

Neurologia canina e felina

A neurologia veterinária estuda as doenças que afetam o sistema nervoso central (cérebro, cerebelo, tronco cerebral e medula espinhal) e sistema nervoso periférico (nervos e junção neuromuscular). 

Quando uma lesão ocorre, cães e gatos podem se deparar com desafios neurológicos que prejudicam sua mobilidade. Por isso, saiba que alguns problemas no andar do seu pet podem não ser ortopédicos e sim neurológicos.

Contudo, é importante entender que não apenas as lesões desencadeiam os tais problemas, mas as inflamações, distúrbios metabólicos e questões vasculares podem ser causadores dos problemas.

O trabalho do neurologista veterinário é oferecer o suporte para tratamento dessas alterações, ampliando a chance de reabilitação do pet. E é importante que a procura a esse profissional seja precoce, pois quanto menor o intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico, menores as chances de a lesão ser irreversível. 

A relevância dessa especialização na medicina veterinária é inegável, visto que cerca de 10% dos casos atendidos em clínicas, principalmente de pets pequenos, envolvem algum distúrbio neurológico.

Doenças neurológicas em cachorro

O Sistema Nervoso se divide em Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinal) e Sistema Nervoso Periférico (fora do cérebro e medula). Juntos, regulam funções vitais e sensações. 

No entanto, como outros sistemas, o nervoso é suscetível a doenças congênitas, inflamações, infecções, problemas nutricionais, traumas, entre outros.

Confira as doenças mais comuns:

Hérnia de disco

A hérnia de disco é uma afecção bastante comum que afeta o andar do cão. A hérnia de disco ocorre quando o disco intervertebral se desloca e comprime a medula. Isso causa dor, alteração no andar e em alguns casos mais graves pode levar a paralisia.

Epilepsia

A epilepsia é outra doença frequente na neurologia canina e felina.

A convulsão é a manifestação clínica da epilepsia e trata-se de uma disfunção cerebral. Porém, a convulsão também pode ter outras causas, que devem ser diagnosticadas e tratadas por um profissional experiente na área.

Otite média e interna

Uma otite é uma inflamação do ouvido, podendo ser externa (limitada ao canal auditivo externo), média (atingindo o ouvido médio) ou interna (alcançando o ouvido interno).

Sinais neurológicos surgem em casos de otite média ou interna. Na otite média, sintomas frequentes incluem os da otite externa, síndrome de Horner (protrusão da terceira pálpebra, pupila contraída, retração do olho na pálpebra e queda da pálpebra superior), paralisia facial e redução da audição.

Quanto à otite interna, sinais comuns são inclinar a cabeça, andar em círculos, perda de equilíbrio, coordenação motora prejudicada e nistagmo horizontal (movimentos involuntários dos olhos). Em situações graves, a infecção e inflamação podem avançar do ouvido interno para as meninges e cérebro, causando meningite ou meningoencefalite.

Lesões decorrentes de fraturas

Traumas e fraturas podem resultar em uma ampla gama de sinais neurológicos, incluindo paralisia, perda parcial de movimentos, dor devido à pressão sobre nervos, convulsões e, em situações graves, até coma e óbito. 

Cada caso deve ser urgentemente avaliado individualmente para determinar as medidas necessárias.

Também existem outras doenças que podem acometer o sistema nervoso e muitas vezes são necessários exames complementares para um diagnóstico, como radiografias, exames de sangue, avaliação do líquido cefalorraquidiano e até mesmo ressonância.

Doenças neurológicas em gatos

É inegável que esses distúrbios podem gerar grande preocupação dos tutores. Entretanto, é importante lembrar que um veterinário especializado em neurologia pode tratar eficazmente essas condições.

Danos no sistema nervoso do gato podem, sem dúvida, causar complicações em sua qualidade de vida. É crucial entender que muitas dessas doenças têm natureza degenerativa e tendem a progredir ao longo do tempo.

Confira as doenças mais comuns:

Doenças do sistema nervoso central

Englobam diversas condições que impactam o cérebro e a medula espinhal, tais como meningite, encefalite, mielite e tumores. Os sintomas diferem conforme a condição, podendo englobar desequilíbrio, paralisia e convulsões.

Polineuropatia

Essa condição afeta os nervos periféricos, responsáveis pela comunicação entre o cérebro e os músculos. Os sintomas abrangem enfraquecimento muscular, paralisia, tremores e sensações dolorosas.

Doença de Alzheimer felina

Apesar de sua raridade, essa condição se assemelha à doença de Alzheimer em humanos e tende a afetar principalmente gatos idosos. Os sintomas abrangem perda de memória, desorientação, alterações no comportamento e personalidade, além de dificuldades de aprendizado.

Como diagnosticar as doenças neurológicas?

A idade, espécie, raça, localização e evolução dos sinais clínicos desempenham um papel crucial na ajuda aos veterinários no diagnóstico diferencial das manifestações neurológicas.

Exames realizados pelos neurologistas

• Eletroneuromiografia (ENMG);
• Mielografia;
• Tomografia Computadorizada (TC);
• Ressonância Magnética (RM).

Qual o tratamento para doenças neurológicas?

O tratamento de doenças da neurologia canina e felina é altamente variável e depende do diagnóstico específico, gravidade da condição e das necessidades individuais de cada pet. 

Geralmente, é uma abordagem multidisciplinar que envolve veterinários especializados em neurologia, cirurgiões, oftalmologistas e outros profissionais veterinários.

Confira alguns protocolos utilizados para o tratamento:

• Medicamentos: muitas doenças neurológicas podem ser controladas ou aliviadas com medicamentos. Anti-inflamatórios, analgésicos, anticonvulsivantes e corticosteroides podem ser prescritos para reduzir inflamações, controlar a dor e minimizar os sintomas neurológicos;

• Cirurgia: em alguns casos, cirurgias podem ser necessárias para aliviar a pressão sobre as estruturas nervosas, remover tumores ou corrigir lesões; 
• Fisioterapia e reabilitação: para ajudar na recuperação de cães e gatos com doenças neurológicas, a fisioterapia e a reabilitação são essenciais. Exercícios terapêuticos, massagens, hidroterapia e outros métodos podem melhorar a força muscular, equilíbrio e coordenação;
• Terapias complementares: terapias alternativas, como acupuntura e quiropraxia, podem ser utilizadas para complementar o tratamento convencional. Essas terapias podem ajudar a aliviar a dor, melhorar a circulação sanguínea e promover o bem-estar geral;
• Acompanhamento contínuo: doenças neurológicas muitas vezes requerem acompanhamento veterinário contínuo para ajustar medicamentos, monitorar a progressão da doença e adaptar as estratégias de tratamento conforme necessário.